Crónica do Migas
Beneath this mask there is more than flesh. Beneath this mask there is an idea, Mr. Creedy, and ideas are bulletproof.

27 fevereiro 2008

 

O Regresso da Insurgência


Terminou a okupação marxista-leninista-maoista d'O Insurgente. Mesmo a tempo de se comemorar o terceiro aniversário. Viva a Insurgência ;)

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21 fevereiro 2008

 

Colectivismo Máximo


Retomando o assunto do Salário Mínimo, abordado aqui e aqui, é interessante verificar que um dos principais argumentos dos defensores desta medida é o facto de que a tendência de aumento do desemprego, prevista pela teoria, não ser necessariamente observada na prática. Na verdade, em virtude das barreiras legais aos despedimentos, a relação não é nem directa, nem homogénea:
Este argumento é também usado sob outra forma. Os defensores do Salário Mínimo afirmam existirem situações em que o aumento da massa salarial dos trabalhadores é superior ao efeito do aumento do desemprego. Isto é, enquanto classe, os trabalhores passam a receber uma maior fatia da produção, apesar do número de trabalhadores individuais cujo rendimento diminui, ou passa a zero, também aumentar. O problema desta análise é a despersonalização do indivíduo ao ponto de ignorar os casos concretos. E o irónico é que quem faz este raciocínio normalmente acusa os adversários de "insensibilidade social".

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13 fevereiro 2008

 

Poder e Liberdade


(também postado n'O Insurgente)

Uma das diferenças entre liberais e conservadores prende-se com a forma como encaram as relações de poder entre estados. Nos últimos tempos, isso tem sido especialmente visível na forma como debatem a política externa. Se para uns Ron Paul é um "isolacionista", para os outros John McCain é um "warmonger", tal como será a actual administração Bush, polícia do mundo. Juntando-se liberais conservadores e conservadores liberais à mistura, ganham-se algumas nuances e movem-se algumas "linhas divisórias", mas a discussão é essencialmente a mesma. É interessante ver as razões que levam as estas posições. Permitem iluminar um pouco mais as diferenças; sendo especialmente úteis para entender liberais conservadores e conservadores liberais, grupos que regra geral têm mais a uni-los que dividi-los, mas que, naturalmente, não podem concordar em tudo.

Creio que uma das razões para este diferendo tem a ver com o enfoque que cada grupo dá a dois aspectos que partilham, mas a que atribuem pesos inversos em importância filosófica. O cepticismo relativamente ao poder e o cepticismo relativamente à natureza humana. O conservadorismo é hobbesiano, tem um enfoque tremendo em coisas como a autoridade do estado, o seu papel na criação e manutenção da ordem pública, a sua soberania e o seu posicionamento geoestratégico. Coisas sem as quais o mundo seria o caos e a existência algo miserável. O liberalismo tem a sua génese no indivíduo. Vê o estado como um mal necessário para assegurar o respeito pelos direitos naturais dos indivíduos, mas algo que tem intrinsecamente o potencial de ser catastrófico para os mesmos na medida da sua capacidade coerciva. Para os primeiros o cepticismo relativamente à natureza humana tem primazia. Para os últimos o poder, e a sua concentração, é a principal preocupação.

Claro que as coisas não são exactamente assim, com um corte tão limpo. Entre o caos e a tirania totalitária existe um grande espaço. Mas a diferença, mesmo que "estilizada", permanece válida. E ajuda a explicar a razão pela qual os conservadores dão tanta importância a questões de política externa "activa" e geoestratégicas. Na medida em que são menos cépticos relativamente ao poder, é-lhes natural considerarem legítimo o uso de força para alcançar um percebido interesse colectivo do seu estado perante outros. Mas esta atitude tem o problema de atribuir direitos aos estados, quando na verdade os direitos são dos indivíduos. E de um estado que não respeita os direitos individuais de estrangeiros, a um estado que não respeita os direitos dos seus próprios cidadãos, vai um pequeno passo.

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01 fevereiro 2008

 

Graçola fácil


No seguimento deste post do João Miranda, é caso para comentar que já todos tínhamos percebido que José Sócrates tinha a cabeça dura.

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