19 setembro 2007
Se as escolas fossem austríacas
(também postado n'O Insurgente)
Todos os anos, no início do ano lectivo, aparecem as queixas do costume: É a menina que não teve vaga na escola do outro lado da rua de sua casa; a aldeia cuja escola fechou e as crianças têm de viajar X Kms até à aldeia vizinha; os professores colocados onde não querem viver; os professores não colocados; etc.
Tudo isto resultado de uma causa elementar. A insistência dos iluminados planeadores centrais em amordaçar a única ferramenta que permitiria o encontro de oferta e procura: Um sistema de preços efectivamente livre.
Pelo contrário, o Ministério da Educação toma (ou melhor, impõe) as suas decisões a todos, assumindo as coisas mais disparatadas: Que a utilidade marginal de cada escola é igual; que os professores são um factor de produção homogéneo; que não existem elementos diferenciadores para moldar a procura. A febre igualitária faz com que no lugar de tratar todos de forma idêntica, o estado tente forçar todos a ser iguais. One size fits all.
Se existisse pelo menos um mecanismo mínimo de disseminação de informação na forma de preços livres, mesmo mantendo o nível global de despesa do estado em educação via, por exemplo, um “cheque-ensino”, a eficiência aumentaria brutalmente. Certamente que a arbitrariedade do sistema actual terminaria. O preço de determinada escola, empurrado pela procura, passaria a representar o conjunto total de atributos desta aos olhos dos pais (localização, qualidade, whatever). Se quisessem realmente ter uma escola na sua aldeia, os habitantes poderiam pagar um pouco mais, atribuindo um valor objectivo à proximidade. E se não estivessem dispostos a tal, pelo menos isso ficaria claro enquanto escolha.
Etiquetas: democracia, economia, ignorance is strength, liberalismo