04 outubro 2006
Jornalismo de Causas II
Mais um exemplo de rigor jornalístico, na defesa de causas, no Diário Digital: "Um terço do planeta será deserto em 2100, prevê relatório". Diz o artigo (negritos meus):
"Pelo menos um terço do planeta será deserto em 2100, indica um relatório do Centro Hadley para a Previsão e as Investigações sobre o Clima, dependente do Instituto Meteorológico do Reino Unido, sendo a primeira vez que é quantificado o risco de seca induzido pelas alterações climáticas."O mesmo artigo, contudo, afirma depois:
"O impacto pode ainda ser maior que o previsto no relatório, já que este não tem em conta os potenciais efeitos sobre o planeta das alterações induzidas pelo efeito de estufa."Pois. Em que ficamos? Afinal a coisa foi quantificada ou não? E já agora, um terço do planeta em 2100, tendo em conta que segundo as Nações Unidas os números já estão aí perto, não será um exercício "zandinguesco" de adivinhação, podendo errar grosseiramente por defeito, ou quem sabe, até por excesso? Será o relatório que é mau ou o/a autor(a) do artigo que não se deu ao trabalho de se informar antes de o deitar cá para fora?
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