09 abril 2008
O Catolicismo e o Liberalismo
A pergunta do André Abrantes Amaral e a dúvida do Carlos Abreu Amorim têm a resposta dentro da própria definição dos termos usados. Na verdade, e apesar de não partilhar o entusiasmo algo selectivo do Pedro Arroja com o catolicismo, é impossível negar que a história e desenvolvimento filosófico do liberalismo estão inexoravelmente ligadas com o catolicismo. Dito isto, é também inegável que a maior parte dos católicos está longe de ser liberal.
Desde o conceito da alma individual e do livre arbítrio, da função de contra-poder da igreja durante a idade média, da Magna Carta, que teve no Arcebisco de Cantuária Stephen Langton um dos seus principais redactores, à reabilitação do pensamento aristotélico por S. Tomás de Aquino, até aos escolásticos de Salamanca, no liberalismo abundam influências católicas.
A secularização do debate filosófico é que tem afastado os católicos da corrente liberal na sua história. Num ambiente culturalmente colectivista, não surpreende que muitos católicos absorvam muitas das ideias dominantes. Quando o Pedro Arroja acusa Ayn Rand de ser predominantemente anti-católica (onde, a propósito de colectivismo, vai aplicando sempre as suas generalizações sobre judeus), esquece de referir o porquê das opiniões de Rand face ao catolicismo, nomeadamente a sua crítica à encíclica Populorum Progressio de Paulo VI, um documento próximo do socialismo ou, no mínimo, equivocado quanto ao capitalismo e à realidade.
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