27 outubro 2006
Chavões Esquerdistas
1) As pessoas são mais importantes que a economia
Não. As pessoas são a economia. O mais importante é a vida da pessoas, a sua existência. Esta, só pode ser preservada graças ao trabalho e à capacidade produtiva delas e de outras pessoas; isto é, graças à economia. Quem menospreza a economia está no fundo a afirmar que a existência das pessoas é supérflua. Não é, portanto, de espantar que os regimes que menos importância dão à economia sejam aqueles onde morre mais gente e onde a vida humana tem menos valor na prática institucional.
2) Os ricos que paguem a crise
Pois. A verdade é que os ricos já pagam a crise. As crises, em termos médios, são pagas por todos na proporção da sua riqueza, sendo que o impacto, via necessidades básicas, é mais sentido pelos mais pobres. O problema é que o sobre-taxar das posses ou rendimentos dos mais ricos diminui o seu investimento, o que acaba por causar sofrimento desproporcional aos que dependem dele para as suas necessidades básicas (e vão para o desemprego). No fundo esta ideia de sobre-taxar os ricos para “pagar a crise” é a defesa do consumo face ao investimento; é hipotecar o futuro para gastar no presente.
3) O comunismo é um bonito ideal na teoria
A prática comunista é uma consequência directa da sua teoria. O comunismo tem como origem a ideia marxista de que existem classes em conflito. O seu objectivo final é a criação de uma sociedade sem classes. Acontece que os homens não são todos iguais; nem querem ser. Por conseguinte, surgirão sempre novas formas de perpetuar a desigualdade (mantendo a separação das classes). Isto significa que o prolongamento do comunismo no tempo não elimina as classes, o que implica uma conflitualidade permanente. Ou seja, o fim de tornar os homens iguais só pode ser atingido pela força (e como mostra a história, nem assim).
4) A educação (ou a saúde) não é um negócio
A educação e a saúde são serviços que alguém tem de prestar. Como ninguém trabalha de borla e é preciso muito investimento em equipamento para os prestar com qualidade, é evidente que são negócios. Quem acha que não são devia apelar ao altruismo dos sindicatos dos professores, médicos e enfermeiros e explicar-lhes essa “máxima”. É que pelas enérgicas greves, manifestações e acções de protesto na defesa dos seus interesses “de classe”, parece mesmo que os sindicatos também acham que ali há negócio. Pelo menos para eles.
Etiquetas: economia, falácias, ignorance is strength