Crónica do Migas
Beneath this mask there is more than flesh. Beneath this mask there is an idea, Mr. Creedy, and ideas are bulletproof.

28 maio 2009

 

Eis uma causa verdadeiramente fracturante


«O governo da Malásia está a submeter ao Parlamento uma proposta de emenda na Constituição do país que proíbe os homens de chamar "feias" às suas mulheres

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24 maio 2009

 

Never knowingly undersold


Acho curiosa a aparente indignação com o facto dos novos painéis relativos aos preços dos combustíveis nas auto-estradas mostrarem preços praticamente iguais. De que estavam exactamente à espera? Numa indústria com um único fornecedor local de produto, com estruturas de custos similares e, acima de tudo, com licenciamento controlado, que mais poderia acontecer?



Paul Geroski, antigo chairman da Comissão de Concorrência do Reino Unido, costumava dizer que existem várias indústrias onde os preços convergem não por concertação explícita mas pela conjugação de factores estruturais da oferta, por um lado, com sensibilidade ao preço fora do normal dos clientes, por outro. Um dos seus exemplos favoritos era a promessa de preço por parte de alguns grandes retalhistas ("se encontrar mais barato, rembolsamos a diferença"). O mais conhecido, sob jurisdição de Geroski, era o da John Lewis Partnership, cujo lema há cerca de 80 anos é «Never knowingly undersold».

Geroski dizia que um dos efeitos dessa promessa é uma convergência de preços na vizinhança das lojas. Convergência em média até mais alta do que seria de esperar face a benchmarks de outros mercados. O seu argumento era que a promessa de preço faz da John Lewis o padrão, isto é, dá-lhe o poder de estipular os preços. A promessa é um compromisso credível de que não adianta aos concorrentes ter preços mais baixos, pois os consumidores podem sempre receber a diferença. Não sendo uma instância de concertação, este "anúncio" é um sinal forte aos concorrentes da política de preços "padrão". Um efeito engraçado é uma posição intermédia em que uma televisão, por exemplo, custa 500 libras na John Lewis e 499 noutras lojas. O mesmo preço, sem ser o mesmo preço, tal como as diferenças de uma milésima de euro nos painéis dos combustíveis.

Os painéis não são uma promessa de preço, mas também funcionam como auxiliar de estipulação de preço. Num mercado em que existem barreiras enormes à entrada, via licenciamento; em que uma porção do mercado está cativa, via cartões de combustível e programas de fidelização; em que os custos operacionais são praticamente os mesmos, por causa do fornecimento e dos modelos de negócios inerentes às concessões das estações de serviço nas auto-estradas; os painéis acabam por reforçar o mecanismo, já de si natural, dos restantes operadores seguirem os preços do líder (neste caso a Galp). Existindo uma sensibilidade ao preço que roça o irracional (pessoas que ficam uma hora numa fila para pouparem 1 ou 2 euros), as diferenças de 1 ou 2 cêntimos que existem fora das auto-estradas entre os operadores mainstream, perante os painéis, têm de desaparecer.

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21 maio 2009

 

Zimbábue ou Japão?


Quando um taxista me vier explicar a regra de Taylor, será sinal de que vem aí o fim do mundo...

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Cá se fazem, cá se pagam


No Wall Street Journal:
«Far from being speculators, these funds represent retired public employees, including cops and teachers. The funds paid a premium to buy "secured" status, only to discover that they were politically outranked by the United Auto Workers in the White House hierarchy.

"In the past, to be 'secured' meant an investor was 'first in line' in the event of a bankruptcy and 'non-secured' creditors would receive value after secured-creditors were paid," Mr. Mourdock says. "In the Chrysler bankruptcy, however, secured creditors received $.29 on the dollar even as non-secured creditors received higher values and ended up with a 55% ownership of the new company, which is fundamentally wrong and a dangerous precedent to the capital markets."

(...)

The question for all public officials responsible for investing pension money is whether they too should conclude that investing in U.S.-aided companies now carries so much political risk that it violates their legal obligations. Such are the wages of White House disdain for legal contracts.»

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A Revolta dos Contribuintes


No Wall Street Journal:
«California voters sent a blunt but welcome message Tuesday about runaway government. By rejecting by nearly two-to-one the political establishment's $16 billion in higher taxes, spending gimmickry and more borrowing, the voters said it's time government faced the same spending limits that the recession is imposing on everyone else.

Teachers unions, business leaders and the politicians outspent initiative opponents by six-to-one, and they still lost. Governor Arnold Schwarzenegger had warned that if these initiatives were voted down, government services would have to be slashed, criminals released early and public employees furloughed. But voters decided that as painful as these cuts may be, the alternative of letting the state's tax-and-spend machine continue was worse. How right they are.»

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13 maio 2009

 

Toda a gente gosta de preços baixos


Nas Conferências do Estoril, Joseph Stiglitz fez uma inflamada palestra sobre a depravação moral dos banqueiros e sobre os males da desregulação dos mercados financeiros. Pelo meio, lá admitiu que “há” quem atribua parte das culpas pela crise às políticas monetárias dos principais bancos centrais, que mantiveram as taxas de juro demasiado baixas, causando maus investimentos e alocações de recursos erradas. Mas para ele isso não é grande argumento. A política monetária não ajudou, mas, para ele, a culpa é de todo o sistema financeiro, a começar pelo management, que andou a fazer lobby para desregulamentar os mercados.

Para Stiglitz, o sistema financeiro perdeu uma excelente oportunidade de aproveitar o preço baixo do dinheiro para fazer bons investimentos em vez de maus investimentos. A simplicidade do argumento é comovedora. Provavelmente tudo se resolve criando uma agência reguladora que direcciona os bancos nos sentido de fazerem bons investimentos e de evitarem os limões. Para operacionalizar a referida agência, contratam-se alguns dos tais banqueiros moralmente depravados e uns poucos dos políticos que foram “lobbiados”. Deve dar um resultadão.

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12 maio 2009

 

Terceiro Aniversário