Crónica do Migas
Beneath this mask there is more than flesh. Beneath this mask there is an idea, Mr. Creedy, and ideas are bulletproof.

25 maio 2007

 

Igualdade de género


Outro dia fui a um congresso onde vi uma banca promocional da TMN. Destinava-se a dar a conhecer aos congressitas a oferta de banda larga móvel da empresa. Estava lá uma miúda com uma t-shirt que dizia "Sou muito rápida!"

Claramente o impacto seria totalmente diferente se na banca estivesse um rapaz.

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23 maio 2007

 

Novidade! Agora embalado às fatias! Mais prático!


Esta conversa de arranjar classificações e sub-classificações para encontrar a "quinta pata do gato" do liberalismo pode ser útil para discussões preciosistas sem grande propósito prático, mas para o que interessa, i.e. disseminação de ideias, muito pouco.

Eu cá sou um liberal-miguista, que de vez em quando acorda individualista, noutros dias municipalista-comunitarista, normalmente minarquista mas com ocasionais recaídas anarquistas, sempre fruto dos disparates estatistas de terceiros; há dias em que dá-me para ser mais conservador e outros em que, pasme-se, dou comigo a ter umas ideias relativistas-hedonistas.

Só há uma coisa mais constante no meu dia-a-dia: a falta de pachorra para entrar numa onda de "sou mais liberal que tu, toma, toma". Com tantas oportunidades para direccionar as baterias para o outro lado, não percebo esta atracção pelo tiro-no-pé.

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12 maio 2007

 

Primeiro Aniversário



Um ano de "crónica" já lá vai.
Um especial agradecimento aos meus dearest readers.

m.

08 maio 2007

 

Os Intelectuais e o Socialismo


(também postado n'O Insurgente)

No seguimento do 108º aniversário do nascimento de Friedrich Hayek, aqui assinalado, é oportuno lembrar o ensaio, que este escreveu em 1949, "Os Intelectuais e o Socialismo" (PDF aqui):
In all democratic countries, in the United States even more than elsewhere, a strong belief prevails that the influence of the intellectuals on politics is negligible. This is no doubt true of the power of intellectuals to make their peculiar opinions of the moment influence decisions, of the extent to which they can sway the popular vote on questions on which they differ from the current views of the masses. Yet over somewhat longer periods they have probably never exercised so great an influence as they do today in those countries. This power they wield by shaping public opinion.

(...)

In every country that has moved toward socialism, the phase of the development in which socialism becomes a determining influence on politics has been preceded for many years by a period during which socialist ideals governed the thinking of the more active intellectuals.
Estas palavras eram verdade há cinquenta anos e continuam a ser nos dias de hoje. Muitos dos "negociantes de ideias em segunda-mão", como lhes chamou Hayek, sem sentido pejorativo, continuam a propagar ideias socialistas ou genericamente antagonistas ao liberalismo clássico, aos mercados livres e ao individualismo. Não o fazem por ser parte de uma sinistra conspiração
totalitária. Fazem-no, na maioria, por falta de conhecimento sobre os mecanismos dos mercados livres e por preconceito relativamente aos princípios filosóficos do liberalismo, cultivado ao longo dos anos a partir das "modas" intelectuais do final do século XIX.

Uma das consequências das observações de Hayek neste ensaio é a constatação da importância da disseminação das ideias nos meios intelectuais como forma de alterar a evolução da política. A criação do Institute of Economic Affairs (e posteriormente da Atlas Economic Research Foundation) por Antony Fisher foi inspirada nessa constatação e surtiu enormes efeitos. Hoje, muito mais que há quatro ou cinco décadas, existem meios adicionais de proceder a essa disseminação, como referi aqui.

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03 maio 2007

 

Uma hipótese multiculturalista


Imaginem que o Corão determinava que todo o bom muçulmano devia dar uma passa depois do almoço ou jantar, com o café. Imaginem que depois de aprovada a lei anti-tabaco proposta pelo governo, um qualquer imã emitia uma proclamação que a raiva de Maomé cairia sobre os infiéis que impedissem os fiéis de cumprir as suas obrigações de fumo. Que diriam os multiculturalistas politicamente correctos? Seriam abertas excepções para restaurantes de muçulmanos?

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Singularidade no Espaço-Tempo


Ontem vi na televisão algo extraordinário. Um debate entre José Sócrates na oposição e José Sócrates no governo. Por um lado, Segócrates defendia a manutenção do número de funcionários públicos, os direitos adquiridos, uma espécie de plano tecnológico e medidas mágicas que permitiriam pagar a dívida pública graças ao crescimento da economia. Do outro, Sarkócrates defendia a contratação de apenas um funcionário público por cada dois que se reformam, benefícios fiscais para empresas que invistam e criem postos de trabalho em França, medidas para impedir reformas antecipadas e inúmeras iniciativas para aumentar a intervenção do estado na sociedade.

Bem sei que nem José Sócrates era tão à esquerda como Ségolène Royal aparenta ser, nem é tão reformista como Nicolas Sarkozy promete, mas as parecenças são curiosas... O que realmente impressiona é o quanto todo o discurso político português é tão claramente influenciado pela retórica francesa. À esquerda e (por falta de comparência) à direita. As expressões, frases, lugares comuns, etc, são iguais. O resultado também não pode ser muito diferente, o que não é nada animador.

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